quarta-feira, 7 de março de 2012

Como identificar uma criança bipolar?

Nas últimas 5 postagens da série, falamos, sobretudo, de bipolares adultos. Você já sabe que aquilo que é típico em adultos, é atípico em crianças e a adolescentes.

Mas também há diferenças entre crianças e adolescentes bipolares.

De modo geral, em adultos, vemos fases definidas ou claras, que fazem contraste com os períodos de vida normal. As fases em adultos, geralmente, apresentam um número mínimo de sintomas exigidos pelo CID-10 e duram, também, o tempo mínimo exigido. Estamos falando das fases de depressão, mania e hipomania que caracterizam o transtorno bipolar do tipo I ou II.

Embora as fases mistas também caracterizem um transtorno bipolar do tipo I, elas são atípicas em adultos e estão associadas a um a agravamento da enfermidade, geralmente depois de um bom período em que os sintomas se manifestaram sem que fossem tratados. Ainda assim, as fases mistas podem ser as primeiras a aparecer em adultos.

Numa criança, é típica a sintomatologia mista, isto é, sintomas de depressão e de mania que acontecem ao mesmo tempo ou que se alternam rapidamente. (Lembre-se do que você já leu sobre fases mistas estáveis e instáveis.) Mas uma criança também pode ter um “episódio maníaco”, por exemplo. As fases mistas, não sendo vistas como ciclagem ultradiana, podem durar anos.

Embora não haja uma boa diferença entre ciclagem ultradiana e fases mistas instáveis, a ciclagem ultradiana também é típica de crianças. Nela, há fases de depressão que duram poucas horas e fases de euforia que também duram poucas horas, e elas se alternam várias vezes ao longo dia, pelo menos 4 vezes. Na ciclagem ultradiana, note bem, as variações de humor constituem fases distintas e, não, uma única fase mista.

Numa criança, é mais comum o humor irritado que o humor eufórico.

Para sermos mais práticos, uma criança bipolar típica apresenta sintomas de depressão e de euforia na maior parte do tempo, e esses sintomas, salvo pelo que foi dito acima, se manifestam de modo igual ou semelhante àqueles que vemos nas fases mistas estáveis ou instáveis já descritas quando falamos de bipolares mistos. Há antes irritação que euforia nos períodos de humor elevado ou humor misto. E os sintomas geralmente se manifestam sem que possamos definir ou delimitar o início ou fim das fases claramente. Não há ou não chega a haver aquela ideia de ciclos mais longos e mais definidos, que é típica de bipolares adultos.

Pode haver hipomania em vez de mania.

Crianças constantemente mal-humoradas ou irritadiças deveriam ser melhor observadas.


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