quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

No olhar

Mesmo sem pronunciares palavra,
Posso muito bem entender-te.
Tenho olhos de compreensão
Para teus olhos de saber dizer.

De onde estás,
Diz em silêncio teus ais,
E de onde estou
Já te acalentarei um pouco:
Teus olhos, nossos olhos,
Eles formam uma ponte,
Abraçam-se no ar,
Constroem castelos
No espaço entre os corpos.

No olhar,
Há mil palavras de um dicionário particular,
E tudo se diz desse modo,
Fora do léxico, do vernáculo.

E assim olho para ti
Em busca de teu discurso.
Meus olhos são ouvidos
Para teus olhos que são boca.

No olhar,
Há mil dizeres escondidos,
Escritos com a alma.
Ou, ainda,
Com alma e coração.

Os teus olhos, os nossos olhos,
Eles formam um diálogo
De saber ouvir corações
No silêncio dos colóquios.

Teu olhar, nossos olhares
São seres que se abraçam
Na intimidade do silêncio,
Na extrema ausência do toque.

Para teus olhos de saber dizer,
Tenho olhos de saber ouvir
E já há, entre nós, um segredo
Dito no ar,
Que só pode ouvir
Quem sabe olhar.

3 comentários:

Thays disse...

Olá querido primeiro queria agradecer as ´palavras... foi muito confortante..... tô te seguindo tá???
Beijos.... volte sempre.....

KGT disse...

Oi Breno! é seu este poema??
É muito sensível e tocante.. Beijos

Breno Melo disse...

Oi KGT! Obrigado por suas palavras, fico contente de q tenha gostado deste poema. Este é um dos meus. Beijos ;)